terça-feira, maio 23, 2006

 

50. Último Post

Dez meses e 50 posts depois, chegou a hora de encerrar esse blog. Durante quase um ano, este espaço serviu para divulgar minhas aventuras pela Índia. Foram diversas histórias e centenas de fotos que descrevem um pouco desse país fantástico.

Uma semana antes de voltar, confesso que estou cansado de morar na Índia (por diversos motivos que não vou mencionar agora). Apesar do cansaço, volto pra casa com sentimento de dever cumprido. Se voltasse no tempo, sem dúvida faria tudo denovo, afinal as experiências que tive e as pessoas que conheci durante esses dez meses valem muito mais do que qualquer dificuldade que eu tenha passado.

sexta-feira, maio 12, 2006

 

49. Dinamarca

Pra quem tá pensando “mas o Carlos não tava na Índia? O que ele tá fazendo na Dinamarca?!” aí vai uma explicação curta: a Satyam negociou um projeto envolvendo Security Testing com um cliente da Dinamarca. Como eu sou a única pessoa que entende de Security Testing na Satyam, fui “convocado” pra apresentar ao cliente a metodologia utilizada pela Satyam em projetos deste tipo. Que sorte, hein?! Como disse a minha irmã, a definicao de sorte é “união de oportunidade com competência” (valeu Ale!).


Depois de trabalhar feito um condenado de segunda a quinta, chegou o merecido descando. Como volto pra Índia só domingo, então tenho sexta e sábado pra ficar “de pernas pro ar”. Que maravilha, eu amo a Satyam!

Hoje (sexta), acordei e fui até a casa do cliente pegar emprestada a bicicleta dele. Acontece que na Dinamarca todo mundo anda de bicicleta, então têm ciclovias espalhadas por toda cidade. Mas antes de contar como foi minha aventura ciclística, tenho que relatar a minha surpresa com os taxis.





Logo que cheguei em Aalborg, peguei um taxi BMW do aeroporto até o hotel. Mas não era qualquer BMW, era um “Série 5” novinho em folha, desses que parece uma nave espacial. Pra quem tava andando de rickshaw na Índia, essa é uma grande mudança! Logo pensei: “deve ser sorte pegar um BMW... um carro desses sendo usado como taxi é um desperdício”. Mas logo fui me dando conta que a maioria dos taxis em Aalborg são Mercedez ou BMW. Como diria o Eurico: “os caras não sabem brincar”.


Essa mercedez da foto é o taxi que eu peguei do hotel até a casa do cliente. Acostumado a dividir richshaw com 5 indianos em Hyderabad, fiquei deslumbrado com todo aquele espaço e conforto. Ainda meio chocado com o luxo do carrão, logo na primeira curva o banco começa a se mover. Tosco do jeito que eu sou, falei pro motorista: “Epa! O banco tá mexendo!”. Aí ele sorriu e me explicou que quando o carro faz uma curva, a lateral do banco se move pra segurar o corpo do passageiro. Nossa, é muita frescura! Mas isso não é nada, quando o motorista viu que eu fiquei deslumbrado com toda aquela tecnologia, deu uns dois ou três cliques no painel do carro (que mais parece um computador) e disse: “aproveita a massagem”. Logo o banco começou a massagear as minhas costas. Sem comentários.

Como nao tinha nada de util pra fazer hoje, pedalei o dia inteiro pela cidade.







Minha possante estacionada (frente).









Quem disse que não tem gaucho na Dinamarca?! Logo que vi essa placa, me emocionei pensando que era uma churrascaria. Mas foi só um alarme falso, churrasco vai ficar pra final de maio mesmo.

terça-feira, abril 18, 2006

 

48. Kerala

No início de abril, os pais da Stephanie (canadense que mora no AP em frente) vieram passar 2 semanas na Índia. A Stephanie planejou um roteiro muito legal pra viajar com eles, passando por Kerala (um dos poucos lugares na Índia que ainda não conheco). Resolvi então me juntar a eles nessa viagem, já que meu projeto terminou e não estou fazendo nada em Hyderabad.

Um pouco sobre Kerala: É um estado ao sudoeste da Índia, conhecido por ser o mais alfabetizado e com maior qualidade de vida na Índia. É também chamado de "God's Own Country" pela sua beleza natural.


Partimos de Hyderabad segunda (3 de abril) de noite rumo a Kerala, passando por Chennai. Como toda viagem na Índia, foi dura mas a recompensa sempre vale o esforco. Após 15 horas de trem, 2 horas de avião e 3 horas de taxi chegamos em Kerala (mais precisamente em uma praia chamada Varkala, onde alugamos a cabana ao lado).


Essa praia é um pouco diferente de todas outras que conheci. A praia é envolta por um penhasco onde ficam os hotéis, restaurantes e comércio. Essa foto foi tirada na frente da nossa pousada (a praia fica atrás das pedras ao fundo na foto). Pra ser sincero, não gostei muito de Varkala. A praia não é tão bonita e o comércio já foi contaminado pelo turismo. Não que eu seja contra lugares turísticos, é que muitas vezes esses lugares são estragados pelo excesso de turistas e pela transformação do comércio para atendê-los.




Todos os anos, um batalhão de turistas invade Kerala lotando pousadas, hotéis, restaurantes e comprando tudo que é tipo de bugiganga que vê pela frente.





A maioria dos turistas são estrangeiros, que não se importam em pagar 10 dólares por uma refeição. Como conseqüência, pobres mortais como eu (que estão morando na Índia e recebendo em Rúpias), são confundidos como turistas estrangeiros, tornando as coisas muito mais caras e difíceis.



Após um dia em Varkala, partimos para Allepey, onde ficam as famosas backwaters. As backwaters são uma imensidade de canais inteconectados que funcionam como meio de transporte para a comunidade local. Lá, é possível alugar um houseboat, onde você fica "morando" enquanto passeia pelas backwaters. A foto ao lado é do nosso barco, que é um dos pequenos (tem que ver os maiores, têm até ar-condicionado split!).

O nosso barco é puro luxo (como diria o China: muito mais do que eu mereço!). É constituido por duas suites, sala de estar (foto) e cozinha (fundo). Ao nosso dispor, tínhamos o capitão (frente), um ajudante e um cozinheiro.





Kingfisher gelada e comida de primeira qualidade. Vida de rei no houseboat!






"El capitan"











Depois de Allapey, partimos em direcão ao leste de Kerala onde ficam as Western Ghats (montanhas que separam Kerala dos outros estados). A foto ao lado é de uma reserva ambiental chamada Peryar, onde vivem milhares de elefantes selvagens, entre outros animais.



Fizemos um trekking de 3 horas no meio da floresta, sempre guiados por um guarda florestal. Não tivemos muita sorte com os elefantes, pois não vimos nenhum de perto. Dizem que eles vêm pra beira do rio quando têm sede. O máximo que vimos foi um grupo de elefantes de longe no meio da floresta, mas não podíamos chegar perto, pois elefantes selvagens são violentos, especialmente quando estão acompanhados de filhotes (foi o que o guia disse).

Uma parada pra descansar (olha a latinha do guia, hehehe).








Essa é a maior árvore que já vi! O tronco é tão grande que dava pra abrir um buraco do tamanho de um carro.










Pai da Steph fazendo palhacada atravessando o rio. Adorei os pais dela, são muito engracados e, apesar da idade, ótima compania.






Já que não vimos elefantes na floresta, resolvemos apelar!








O nome dela é Maria (da elefante). Olha a cabeleira da Maria na foto ao lado.







Essa é a casa da Maria. Reparem que, enquanto ela devora o almoco, o criador junta o "capitão" que ela acabou de largar.










Fomos assistir um show de danca típica. Reparem a roupa que eles usam (são dois homens).







Foto no caminho entre Peryar e Munar, ainda nas montanhas. Esse percurso me fez lembrar a estrada entre POA e Bento.






Munar é uma típica cidade pequena da Índia. Em comparacão com as nossas cidades do interior, ao invés de existir a famosa dupla "igreja + praca", na Índia está presente o trio "igreja + templo budista + mesquita".




Munar é conhecida pelas plantacões de chá. Onde quer que você ande, tem plantacão de chá por todos os lados.










Eu e a Stephanie em uma cachoeira na estrada de Munar. Não é por acaso que chamam Kerala de "God's Own Country".

quinta-feira, abril 13, 2006

 

47. Ar-Condicionado Indiano

O verão ainda não chegou, mas a temperatura em Hyderabad já está atingindo níveis assustadores. Durante o dia, os termômetros estão marcando ao redor de 40 graus. Dizem que em maio vai ultrapassar 45 graus!












Além da temperatura alta, o clima é muito seco em Hyderabad. Só pra ter uma idéia, depois do banho é só estender a toalha em uma cadeira e ela fica seca em menos de 10min.





Ontem foi um dia muito quente, num desses que fica até difícil dormir de tanto calor. Então eu e o Zamin resolvemos colocar em funcionamento um "cooler" velho que estava jogado na nossa casa. O "cooler" é tipo um ventilador gigante que funciona como um ar-condicionado. A idéia é simples: coloca-se água dentro do cooler (no fundo) e ele bombeia essa água nas paredes laterais e traseira (as paredes são revestidas com uma rede feita de palha).






Acontece que o cooler velho lá de casa tá com a bomba d'água estragada (só funciona o ventilador). Então fizemos um plano mirabolante pra conseguir umedecer as paredes do cooler.





A sequência de fotos mostra os passos envolvidos na montagem do nosso "Indian Air-Conditioning System".






Esse é o cooler já montado visto de costas (falta colocar a tampa traseira).











Taí o produto final!

Funcionamento: A água sai do tonel e passa pela garrafa PET, que funciona como controladora de pressão. No bico da garrafa PET, foi acoplado um pote de remédio pra conectar a mangueira. A mangueira, por sua vez, é levada até o interior do cooler, onde a água é distribuida nas paredes laterais e traseira. Ao ligar o ventilador, o ar é forcado a passar pelas paredes úmidas e acaba sendo resfriado.

quarta-feira, março 15, 2006

 

46. Fotos de Andaman Islands

Essa é a estação de trem em Chennai. Pra economizar, pegamos um trem de Hyderabad até Chennai e de lá um avião até Port Blair (capital de Andaman). De Port Blair ainda pegamos um barco pra outra ilha chamada Havelock, que é o destino preferido dos turistas em Andaman.





Viajamos com a empresa aérea mais barata da Índia. Pagando barato não dá pra reclamar, mas o espaço é limitadíssimo.










Alguém consegue entender o significado dessa placa?!








Dividimos essa cabana entre 4 (eu, Ronaldo, Patrick e Santiago). A ilha estava completamente lotada, então foi difícil arranjar acomodação. Tinha só uma cama de casal, então revezamos quem dormia no chão. Na outra cabana, o pessoal foi mais esperto: alguns compraram redes e dormiram na beira da praia.



Essa praia se chama Praia 7. Dada a extrema criatividade dos "Andamanenses", eles nomeiam as praias e as vilas com números. Da esquerda pra direita: Chavo, eu, Patrick, Katarina, Ronaldo e Santiago.






Em Andaman, as principais atividades são: snorkeling, ...








natação, ...








trekking, ...








andar de bicileta, ...








ler um bom livro na rede, ...








pescar, ...











ou comer.








No dia do meu aniversário, recebi um presente surpresa do pessoal. Antes da janta, os guris me arrastaram até o local da foto e apenas disseram: "aproveita!". Logo após o pessoal ir embora, apareceu uma mulher e me disse: "tira a calça e deita na cama". Ai ai ai, que isso?! Calma, nada do que vocês estão pensando, hehehe. Nos 70 minutos seguintes, recebi uma autêntica massagem sueca que me deixou novo em folha. Tem presente melhor do que esse?!


Pessoal descansando na Praia do Elefante (Elephant Beach). Essa é uma das melhores praias para fazer snorkeling. Pra chegar lá, é necessário caminhar uns 30min no meio do mato em uma trilha cheia de cobras e lagartos (as mulheres adoraram).
Interessante que antes do Tsunami a faixa de areia era muito maior nessa praia.



Nessa foto, quem não tá lendo tá dormindo.








Indo de barquinho para uma das 572 ilhas que formam o Grupo de Ilhas Andaman e Nicobar.







Voltando, após passar o dia mergulhando.











Damien saboreando um prato típico de Andaman.








Quem disse que elefante não gosta de praia?! Depois ainda reclamam quando eu levo o Panda pra beira da praia em Santa Terezinha. Tem que ver o tamanho do "capitão" que os elefantes deixam na praia. Sem contar as vacas e os vira-latas que sempre completam a paisagem nas praias indianas.

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