sexta-feira, fevereiro 10, 2006
41. Seis meses na Índia
No final de janeiro, eu completei 6 meses na Índia junto com o pessoal do meu "batch" (grupo de pessoas que chegam juntas). Nos reunimos em um restaurante pra comemorar esse feito notável, afinal somos todos, pelo menos, muito corajosos (em uma linguagem mais tosca: culhudos!) pra se aventurar na Índia (esse país longínquo “virado de cabeça pra baixo”) durante todo esse tempo.
Claro que demos muita risada lembrando de todas as viagens que fizemos juntos e de todas as experiências bizonhas que enfrentamos. Também aproveitamos pra trocar idéias sobre os 6 meses restantes (quando cada um pretende ir embora, quais os lugares que planejamos visitar antes de partir e etc.).
Uma coisa que vale refletir é a quantidade de viagens que eu tenho feito aqui. Praticamente todo final de semana tem alguma viagem planejada por alguém para algum lugar. Isso me fez pensar sobre como eu viajava pouco no Brasil. Mas quando eu falo viajar, não estou me referindo a pegar a FreeWay e ir pra Santa Terezinha. Estou me referindo a viajar com “V” maiúsculo. Estou falando em realmente conhecer cada canto do Brasil.
O meu conceito de viajar mudou completamente aqui na Índia. A coisa mais normal aqui é pegar um trem com duração de 12hs na sexta pra voltar no domingo. Algumas vezes, cheguei a viajar quase 40hs (ida e volta) em um fim-de-semana. Eu não sei de onde surgiu o termo “indiada”, mas talvez tenha sido desse tipo de viagem que as pessoas só fazem na Índia. Mas por que viajamos tão pouco no Brasil e tanto na Índia?
Isso se deve a vários fatores:
Depois de escrever o texto acima e desenhar o mapa, comecei a pensar sobre essa minha vontade de viajar, de conhecer novos lugares, novas pessoas. Comecei a refletir se isso é normal ou seria algo "doentio".
Imagine uma pessoa que nasceu em uma cidade X e viveu a vida toda nesta mesma cidade. Estudou, trabalhou, casou e teve filhos. Virou avô, se aposentou e morreu, tudo na cidade X. Se alguém perguntasse pra essa pessoa "Você nunca teve vontade de conhecer lugares novos, se aventurar pelo mundo?" ela responderia "Não tenho vontade de sair daqui, eu amo a cidade X". Será que há algo de errado com essa pessoa? Claro que não! Mas então será que há algo de errado comigo? Ou será que a Índia tá me deixando tão louco que eu comecei a escrever bobagem?
Claro que demos muita risada lembrando de todas as viagens que fizemos juntos e de todas as experiências bizonhas que enfrentamos. Também aproveitamos pra trocar idéias sobre os 6 meses restantes (quando cada um pretende ir embora, quais os lugares que planejamos visitar antes de partir e etc.).
Uma coisa que vale refletir é a quantidade de viagens que eu tenho feito aqui. Praticamente todo final de semana tem alguma viagem planejada por alguém para algum lugar. Isso me fez pensar sobre como eu viajava pouco no Brasil. Mas quando eu falo viajar, não estou me referindo a pegar a FreeWay e ir pra Santa Terezinha. Estou me referindo a viajar com “V” maiúsculo. Estou falando em realmente conhecer cada canto do Brasil.
O meu conceito de viajar mudou completamente aqui na Índia. A coisa mais normal aqui é pegar um trem com duração de 12hs na sexta pra voltar no domingo. Algumas vezes, cheguei a viajar quase 40hs (ida e volta) em um fim-de-semana. Eu não sei de onde surgiu o termo “indiada”, mas talvez tenha sido desse tipo de viagem que as pessoas só fazem na Índia. Mas por que viajamos tão pouco no Brasil e tanto na Índia?
Isso se deve a vários fatores:
- Viajar na Índia é muito barato
- São mais de 100 trainees na Satyam, praticamente todos com “espírito mochileiro”
- Existem trens disponíveis para qualquer destino. Ônibus também são comuns, mas o trem é mais confortável em viagens longas (normalmente viajamos de trem na classe “sleeper” que dá pra dormir tranquilo; ao acordar, estamos no destino!).
- Quando chega o fim-de-semana, dá uma vontade incontrolável de fugir da poluição da cidade (atmosférica e sonora).
- Existem dezenas (talvez centenas) de destinos ao alcance de 15hs de trem.
Depois de escrever o texto acima e desenhar o mapa, comecei a pensar sobre essa minha vontade de viajar, de conhecer novos lugares, novas pessoas. Comecei a refletir se isso é normal ou seria algo "doentio".
Imagine uma pessoa que nasceu em uma cidade X e viveu a vida toda nesta mesma cidade. Estudou, trabalhou, casou e teve filhos. Virou avô, se aposentou e morreu, tudo na cidade X. Se alguém perguntasse pra essa pessoa "Você nunca teve vontade de conhecer lugares novos, se aventurar pelo mundo?" ela responderia "Não tenho vontade de sair daqui, eu amo a cidade X". Será que há algo de errado com essa pessoa? Claro que não! Mas então será que há algo de errado comigo? Ou será que a Índia tá me deixando tão louco que eu comecei a escrever bobagem?
Comments:
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Esse aí já não tem mais volta... Só falta me dizer que vai fazer Ioga e Meditação Budista!!! Aí te largo de mão...
A VERDADEIRA ARTE DE VIAJAR
A gente sempre deve sair à rua como quem foge de casa,
Como se estivessem abertos diante de nós todos os caminhos do mundo.
Não importa que os compromissos, as obrigações, estejam ali...
Chegamos de muito longe, de alma aberta e o coração cantando!
(Mario Quintana)
Não tem nada de errado contigo... tu só deixou os caminhos do mundo se abrirem... e abriu tua alma para eles ;)
Beijão!!!
A gente sempre deve sair à rua como quem foge de casa,
Como se estivessem abertos diante de nós todos os caminhos do mundo.
Não importa que os compromissos, as obrigações, estejam ali...
Chegamos de muito longe, de alma aberta e o coração cantando!
(Mario Quintana)
Não tem nada de errado contigo... tu só deixou os caminhos do mundo se abrirem... e abriu tua alma para eles ;)
Beijão!!!
Bah, esse pessoal da AIESEC não quer saber de sossegar em casa... huehueheu
Eu tb pretendo viajar o máximo possível aqui pela europa, pena que é beeem mais caro que na Índia... hehe
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Eu tb pretendo viajar o máximo possível aqui pela europa, pena que é beeem mais caro que na Índia... hehe
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